Consciência artística?

Grafite. Arte urbana, caligrafada normalmente em espaços públicos, porém de elaboração mais complexa. Faz parte dos corriqueiros cenários cotidianos das grandes cidades, como forma intencional de interferir com a sociedade. Arte que reflete a realidade das ruas, o estado de espírito dos grafiteiros.
Além do mais, tem valor artístico bem mais respeitado do que a pichação, que é visto como sujeira e vandalismo. Também entra a questão da poluição. Constatou-se nos últimos anos, que a camada de ozônio vem sendo afetada pelo uso de aerossóis. Estes em forma de spray, liberam entre outros elementos o cloro. Que pode quebrar as moléculas de exigênio dessa camada. Segundo Nicolas Behr, poeta e ambientalista, uma forma ecológica de pichar e grafitar, seria com o uso de carvão e gizão de cera, pois ainda não se inventou um spray sem propelente.
De um lado o grafite é desempenhado com qualidade artística, e do outro não passa de mera poluição visual e vandalismo, assim como a pichação. Penso que é arte de expressão simples e fácil, porém desde que grafitada com consciência. Afinal trata-se de espaços públicos, e não de propriedade privada. Por isso é que se deve respeitar o que é de todos os cidadãos brasileiros.
Comumente vindos dos bairros suburbanos das cidades, os grafiteiros através da arte pintada nos muros demonstram a busca por participação social. Já que a arte é capaz de integrar diferentes contextos e formas de convivência entre todos os indivíduos.
Uma possível forma de desenvolver essa arte, embora não mais nas ruas, e com o intuito de "embelezar a cidade", seria com a implantação de galerias exclusivas ao grafite e a pichação.
Em suma, arte tem função estética, compromisso com o social e com aquilo que faz bem a mente das pessoas. E grafite somente é arte, quando revela o lúdico e aquilo que as pessoas realmente esperam ver, sem poluir e sujar lugares impróprios e inadequados.


Daniela Carniel - 16 de abril de 2010.
"Os homens de poucas palavras são os melhores." (William Shakespeare)